sábado, 5 de maio de 2012

MISSÕES E A BÍBLIA


“Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra” 
(2Tm 3.17).


Nesse versículo em destaque, o apóstolo Paulo conversa com seu companheiro de ministério, Timóteo, descrevendo como esse jovem missionário-pastor na igreja de Éfeso deveria conduzir seu ministério. Ele deixa clara a suficiência da Palavra declarando que são as Escrituras que vão preparar perfeitamente o obreiro para o campo missionário, na igreja e em todo mundo, em todo tempo.

No entanto, mais uma vez na história, pensando de maneira “globalizada”, a igreja tenta se adequar ao pensamento em voga e começa a criar maneiras de justificar sua presença e missão no mundo aparte desse conselho. Um exemplo disso é a disparidade entre as estratégias de missões que priorizam estatísticas frias e obsoletas em detrimento do Evangelho que trata o homem integralmente. Há muitos movimentos missionários e a questão que quero destacar, preocupado com a missão da igreja, é a seguinte: será que estamos cumprindo a nossa missão de maneira bíblica?

Para respondermos essa pergunta devemos refletir sobre qual é o lugar que a Bíblia recebe em nossa missão. Como missionário e pesquisador da missão, tenho visto que as tendências pós-modernas têm-se direcionado para ciências que deveriam ser periféricas em nossa formação e não o centro da visão. O que quero dizer com isso é que os missiólogos, na sua grande maioria, têm dado mais atenção à Antropologia, à Filosofia e à Psicologia do que propriamente a um exame mais acurado de suas práticas à luz da Palavra de Deus. Os centros de formação missionária têm alimentado isso, tendo em vista que, em seus programas, essas matérias tomam quase todo tempo em seus currículos. Posso dizer, sem dúvida, que há mais conhecimento do Pacto de Lausanne do que da Teologia de Missões do apóstolo Paulo.

Dessa perspectiva de missão, também flui a idéia de tratar o trabalho missionário como se fosse uma gestão de negócios em um mundo competitivo. Números e estatísticas começam a guiar as decisões e suporte, ao invés de convicções e até mesmo a ética. Não queremos achar na Bíblia uma réplica de nossos projetos, justificando nossas estratégias. David Bosh diz que “temos que avaliar nossas estratégias pela Bíblia”. Eu diria que precisamos fazer isto sim, e urgentemente. Por isso advogamos a necessidade de se aproximar o diálogo entre teólogos e missiólogos, para uma avaliação dos pensamentos, para que as estratégias missionárias sejam guiadas pura e simplesmente pela Palavra. 
Como batistas, mais uma vez diante do cristianismo mundial, devemos levantar a bandeira de que “a Bíblia é nossa regra de fé e prática”. Principalmente no cumprimento de nossa missão que é, por essência, uma atitude de fé e naturalmente empírica. 

Agradeço a Deus pela Junta de Missões Mundiais que, além de ser exemplo para agências missionárias do mundo todo, não perde o foco dessa visão. Porém, levar adiante a priorização da Palavra em nossas estratégias missionárias é, com certeza, fundamental para o chamado de todos e o cumprimento da missão de cada um.

Pr. Diego Lopes, missionário da JMM na África do Sul



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