“Para que o homem de Deus seja
perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra”
(2Tm 3.17).
(2Tm 3.17).
Nesse versículo em destaque, o apóstolo Paulo conversa com seu
companheiro de ministério, Timóteo, descrevendo como esse jovem
missionário-pastor na igreja de Éfeso deveria conduzir seu ministério. Ele
deixa clara a suficiência da Palavra declarando que são as Escrituras que vão
preparar perfeitamente o obreiro para o campo missionário, na igreja e em todo
mundo, em todo tempo.
No entanto, mais uma vez na história, pensando de maneira “globalizada”, a
igreja tenta se adequar ao pensamento em voga e começa a criar maneiras de
justificar sua presença e missão no mundo aparte desse conselho. Um exemplo
disso é a disparidade entre as estratégias de missões que priorizam
estatísticas frias e obsoletas em detrimento do Evangelho que trata o homem
integralmente. Há muitos movimentos missionários e a questão que quero
destacar, preocupado com a missão da igreja, é a seguinte: será que estamos
cumprindo a nossa missão de maneira bíblica?
Para respondermos essa pergunta devemos refletir sobre qual é o lugar que a
Bíblia recebe em nossa missão. Como missionário e pesquisador da missão, tenho
visto que as tendências pós-modernas têm-se direcionado para ciências que
deveriam ser periféricas em nossa formação e não o centro da visão. O que quero
dizer com isso é que os missiólogos, na sua grande maioria, têm dado mais
atenção à Antropologia, à Filosofia e à Psicologia do que propriamente a um
exame mais acurado de suas práticas à luz da Palavra de Deus. Os centros de
formação missionária têm alimentado isso, tendo em vista que, em seus
programas, essas matérias tomam quase todo tempo em seus currículos. Posso
dizer, sem dúvida, que há mais conhecimento do Pacto de Lausanne do que da
Teologia de Missões do apóstolo Paulo.
Dessa perspectiva de missão, também flui a idéia de tratar o trabalho
missionário como se fosse uma gestão de negócios em um mundo competitivo.
Números e estatísticas começam a guiar as decisões e suporte, ao invés de
convicções e até mesmo a ética. Não queremos achar na Bíblia uma réplica de
nossos projetos, justificando nossas estratégias. David Bosh diz que “temos que
avaliar nossas estratégias pela Bíblia”. Eu diria que precisamos fazer isto
sim, e urgentemente. Por isso advogamos a necessidade de se aproximar o diálogo
entre teólogos e missiólogos, para uma avaliação dos pensamentos, para que as
estratégias missionárias sejam guiadas pura e simplesmente pela Palavra.
Como batistas, mais uma vez diante do cristianismo mundial, devemos levantar a
bandeira de que “a Bíblia é nossa regra de fé e prática”. Principalmente no
cumprimento de nossa missão que é, por essência, uma atitude de fé e
naturalmente empírica.
Agradeço a Deus pela Junta de Missões Mundiais que, além de ser exemplo para
agências missionárias do mundo todo, não perde o foco dessa visão. Porém, levar
adiante a priorização da Palavra em nossas estratégias missionárias é, com
certeza, fundamental para o chamado de todos e o cumprimento da missão de cada
um.
Pr. Diego Lopes, missionário da JMM na África do Sul
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