Certamente que esta parábola aponta para a Nação
Judaica, pois, enquanto todas as outras nações eram árvores sem folhas, sem
fazer nenhuma profissão de lealdade ao Deus verdadeiro, Israel se orgulhava de
estar coberta de folhagem da profissão religiosa abundante. Os escribas, os
fariseus, os sacerdotes e os anciãos do povo eram defensores rigorosos da letra
da lei, e se jactanciavam de serem os adoradores do único Deus verdadeiro e
observadores escrupulosos de todas as suas leis. Em altos brados se diziam
filhos de Abraão, porém, o Senhor Jesus ao olhar para o Templo o viu como covil
de ladrões e não uma casa de oração (Luc 19.46). E, por terem se desviado
tanto, não aceitaram nem reconheceram o Messias
e foram vistos como “sepulcros caiados” (Mat 23.27). Sem dúvida é uma
grande lição para a Igreja! Porque basta um breve exame do Senhor a hipocrisia,
a leviandade, a falta de santidade, as especulações teológicas sem fundamento
na Palavra de Deus, as vidas que negam o que seus lábios professam, logo
secarão como a tal figueira
Quando uma figueira está cheia de folhas esperamos encontrar
nela os frutos. Deus sabe onde estamos, e o que somos; nada senão folhas
significam nada senão mentiras. Se não temos frutos somos mortos! Não há
evidências que estamos recebendo a seiva da vida que deveria habitar em nós (Ef
2.1-2). Não podemos ser bênção, pois sem a graça de Deus somos totalmente
inúteis. A única coisa que ele destruiu foi esta árvore! E a sentença foi
permanecer como estava, sem frutos. Frutificar é a prova da vida e do favor
divino. Assim disse Spurgeon: “A profissão de fé sem a graça divina é a pompa
funerária de uma alma morta.” Ou seja, como uma árvore infrutífera todas as folhas
que nos enfeitam (a ilusão da aparência), não permanecerão como boas obras
diante de Deus. Serão queimadas quando provadas pelo fogo (1Cor 3.13). Devemos
reconhecer a falta de frutos em nós e confessar essa condição infeliz, pedindo
o favor do Senhor. Pois, somente a sua graça pode produzir os frutos esperados
e a confirmação da nossa vocação e eleição em Cristo Jesus, amém! Graça e Paz,
Aleluia!
Pr. Ademir Carneiro de Oliveira - Mestre em Teologia
Membro da Academia Evangélica de Letras do Brasil
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